"Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade”
(Marcelo Camelo)
Esse anda longe de ser um blog de crítica musical, mas não posso deixar de comentar sobre algo que ouvi e que muito me incomodou. Foi lançado o primeiro trabalho da carreira solo do Marcelo Camelo, o cd “Sou”.
Como fã do Los Hermanos minha primeira atitude foi escutar cada faixa com expectativa. Em um primeiro momento bateu a vibe ”los hermanos” e não consegui ter um julgamento não tendencioso do projeto, mas depois de me familiarizar com as músicas e de deixar de lado alguns conceitos anteriores, a decepção foi nítida. Lembro-me de me perguntar ao escutar o cd o motivo de o nível das composições ter caído de forma considerável, se nota-se que a essência da banda ainda está nesse “novo começo”. Porque se o Camelo tentasse novas propostas até julgaria como erro típico de quem começa novos trabalhos, ainda mais depois de tantos anos em um projeto com fãs dedicados e que tinham a expectativa alcançada a cada novo cd, em cada nova música.
Não queria fazer comparações, porém é inegável o fato do Amarante ter conseguido realmente uma carreira própria, carreira essa que já existia mesmo estando com os hermanos. A Orquestra Imperial faz um som de qualidade e que em nada lembra o que é feito pelo Los Hermanos e ainda surgiu a Little Joy que é a banda do Rodrigo com o baterista do The Strokes. Ela tem movimento, não diria que a batida é totalmente original, porém é de peso.
Não falo que não gosto de nada que escutei do “Sou”, algumas melodias têm uma boa sonoridade, o que intriga são as letras que não possuem a mesma intensidade. Admiro muito o compositor que ele é e ainda existe fascinação, até porque a forma continua a mesma, porém o conteúdo, nesse caso, não transmite a mesma verdade. Ainda dou os meus aplausos, mas sem tanta intensidade.