segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Suvenir.


Queria saber, ainda existe aquela "cortesia" de ao presentear alguém dar a essa pessoa algo que a agrade? Porque juro, prefiro ganhar uma caixa de sabonete que grita "eu realmente não faço idéia do que você gostaria de ganhar", do que receber coisas tão sem noção que paralisa qualquer tipo de reação instantânea.
Semana passada meu irmão viajou para outro Estado e ficou hospedado na casa de uma tia nossa com quem confesso não manter nenhum tipo de relacionamento. Ele chegou, a mala foi aberta e algumas surpresas surgiram. Com relação às delicadezas compradas por ele não posso reclamar, pelo contrário, adorei tudo. Porém, eis que surge um presente enviado pela tia, um livro intitulado "Jovens Sarados". Sabe aquele presente que eu falei lá no começo, aquele que não dá pra ter uma reação? Bingo! Ao ler o título só pensei "Chamou de gorda”, mas depois de conferir que o autor é um padre saquei, "Chamou de herege".
Mil pessoas vão dizer que a intenção foi boa, e sim, a intenção dela de pregar aquilo que ELA acredita foi realmente boa, mas eu não preciso aceitar esse tipo de crença goela a baixo. Confesso, respeito, e respeito por ter obtido educação para respeitar indistintamente, pois se fosse tratá-la com a mesma cordialidade enviaria alguns cd's de trip hop, camisinhas e livros do Caio F. para ela. O quê? Seria indevido? Por que, se é nisso que EU acredito?
Fico imaginando, é tão difícil assim respeitar o tipo de fé das pessoas? Porque quando não compreendem a forma como eu levo minhas crenças sinto como se fosse necessário alguém pra me guiar no que eu tenho ou não de acreditar, como se fosse incapaz de ter boas escolhas, lê-se burra. O que faz alguém imaginar que sua forma de fé é melhor do que a de outra pessoa é o que eu nunca vou entender. Tudo bem se minha tia é uma católica fervorosa, nada demais se é nessa opção que ela se satisfaz, mas intensifico, essa é a verdade dela e ninguém é obrigado a acreditar nessa opção. Então fica a dica, dá próxima vez o sabonete será a melhor alternativa e em vez de gritar algo, ele vai apenas dizer: "É, eu não subestimo sua inteligência."

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